sexta-feira, 9 de setembro de 2016

NO PRINCÍPIO – A OBRA PRIMA

E disse Deus:
façamos o homem conforme nossa imagem e semelhança.
E o que antes não era, começou a ser:
pois ele chama à existência coisas que não existem.
Deus continua criativo!
Mas para uma obra prima,
novo processo de criação seria estabelecido.
À criatividade deveriam se somar o amor paternal
– maternal: façamos.
Cada detalhe, cada curva, cada nuance.
Pensado e planejado.
Com esmero e cuidado
 e carinho forjado.
Para uma tal criação seria preciso um modelo –
um modelo perfeito: Deus mesmo o seria.
Assim ele criou: homem e mulher os criou.
Macho e fêmea, ela e ele: ambos.
Ali estaria sua imagem e semelhança,
refletida qual espelho.
Pois feitos alma vivente, seriam
igual ao Criador.
Foi-nos dado seus contornos.
Criatividade, vontade, poder, domínio,
controle, auto-controle,
ímpeto, altruísmo, determinação,
pensamento, idéia, crítica,
lógica, inteligência, raciocínio,
consciência, censciência,
escolhas.
E nos abençoou:
— Fecundem-se; multipliquem-se.
— Encham a terra; povoem-na.
— Criem; gerem outros à minha imagem.
Assim Deus criou o homem e a mulher,
sua obra prima, para o louvor eterno de sua glória.
E Deus observou que ficou muito bom!
Então começou o crepúsculo
e a tardinha abraçou a noite.
Mas eis que rompeu a manhã e,
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o sexto dia.


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