terça-feira, 1 de abril de 2014

O MESSIAS, DE HANDEL

Uma das alegrias que tenho em meu currículo é ter cantado O Messias, de Handel – sim, foi numa versão quase completa.  Também deixe-me dizer logo que isso pouco acrescenta à minha carreira profissional.  Como pastor e escrevinhador, uma peça musical não faz muita diferença!
Tendo feito tais colocações, volto ao início do texto.
Uma das alegrias que tenho em meu currículo é ter cantado O Messias, de Handel.  Já se vão quase trinta anos, mas poucas experiências são tão inigualáveis e inesquecíveis quanto cantar o Oratório, mesmo que apenas sendo mais um no coral.  A obra é por si só grandiosa e tem um poder incalculável de atingir a alma. 
Deixe-me dizer alguma coisa sobre O Messias:
A obra inteira contém 51 movimentos em três partes e deve durar mais de duas horas a sua apresentação total.  Foi composta a partir de um argumento de Charles Jennens e teve sua estreia na Páscoa de 1742 – mas é uma obra eterna.  Ela apresenta a vida de Jesus, desde seu anúncio profético, nascimento, vida e ministério; culminando na segunda parte, que relata sua paixão, com o famoso Aleluia – este, um capítulo à parte.  A terceira parte da obra descreve a redenção do ser humano a partir da obra do Messias.
Mas, por que é uma obra tão especial?
Penso que uma das razões é a história de seu autor e de como a obra foi composta.  G.F. Handel, alemão de nascimento, mudou-se para a Inglaterra antes dos trinta anos, onde conheceu sucesso, fama e dinheiro, porém desleixou da herança cristã que recebeu em casa. 
Aos 58 anos de idade, falido e angustiado, Handel clamou por ajuda divina.  E ela veio através de uma encomenda do Duque de Devonshire, um lorde responsável por algumas casas de caridade na Irlanda.
Na mesma época o compositor recebeu um pacote de Jennens com a seguinte inscrição "O Senhor me encarregou de entregar-te" – era uma seleção de textos bíblicos separados para um oratório a ser escrito.  Handel entendeu que era a resposta de Deus às suas orações e se pôs a escrever.
Por 24 dias Handel esteve trancado, jejuando, compondo e cantando.  E é o próprio compositor quem afirma que neste período acredita ter visto Deus.  Então, como resultado apresentou-nos O Messias
E eu tive o privilégio de cantá-lo.  Sou grato a Deus por isso.  A vida do Messias é inspiradora e apresentada com a majestade da música de Handel fica sublime.  Não somente tem a capacidade de nos convidar à reflexão, mas também de encaminhar a alma ao Senhor de toda a obra.
Ora, não há outra maneira de terminar estas linhas a não ser citando as palavras do Aleluia:
For the lord God omnipotent reigneth
Pois o Senhor Deus onipotente reina
And He shall reign forever end ever
E seu reino será para sempre e sempre
King of kings forever and ever.  And Lord of lords
Rei dos reis para sempre.  E Senhor dos senhores.

E os ALELUIAS precisam ser intermináveis.

2 comentários:

  1. Tocante e edificante texto!. "O Messias" é completo: tem beleza, poesia, devoção e glorificação.

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    1. Concordo plenamente. É por isso que afirmei que diante de uma obra como esta os ALELUIAS precisam ser intermináveis.

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