O termo Apocalipse se tornou para muitos sinônimo de catástrofe ou fim-dos-tempos. Contudo, este é o nome do último livro da
Bíblia em sua língua original – o grego koiné. E para esclarecer melhor o que significa esta
palavra, veja a comparação da expressão como foi usada em algumas traduções do
texto, como título para o livro canônico como em seu primeiro versículo, quando
a palavra aparece.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
NO PRINCÍPIO – O QUINTO DIA
E disse Deus:
pululem as águas de seres vivos,
e voem as aves sobre a terra sob o firmamento.
pululem as águas de seres vivos,
e voem as aves sobre a terra sob o firmamento.
E o que antes não era,
começou a ser:
nasceram toda e cada espécie de bicho,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
nasceram toda e cada espécie de bicho,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
Deus é criativo!
Multiplicaram-se os
enxames e os cardumes
de todo ser vivente do mar e ar.
Os monstros marinhos e as serpentes,
répteis rastejantes e feras aladas.
E assim tomaram conta das imensidões do mares
e das expansões dos céus.
de todo ser vivente do mar e ar.
Os monstros marinhos e as serpentes,
répteis rastejantes e feras aladas.
E assim tomaram conta das imensidões do mares
e das expansões dos céus.
O singular
cavalo-marinho
o forte aligátor,
o soberano tubarão,
a impávida cachalote,
o curioso camaleão.
o forte aligátor,
o soberano tubarão,
a impávida cachalote,
o curioso camaleão.
Nos céus sobraram
cores, sons e alegria. E lá ainda estão:
Papagaio, maracanã, periquito, calopsita, arara, jandaia, cacatua, tuim...
beija-flor, curió, canário, bem-te-vi, azulão, asa-branca, sabiá...
Papagaio, maracanã, periquito, calopsita, arara, jandaia, cacatua, tuim...
beija-flor, curió, canário, bem-te-vi, azulão, asa-branca, sabiá...
E haja criatividade!
Então o Criador os abençoou:
encham as águas e os ares.
encham as águas e os ares.
Daí, cada um na sua
espécie, na sua linhagem e
com seus gêneros se fizeram em quantidade.
com seus gêneros se fizeram em quantidade.
E Deus observou que
ficou bom!
Então começou o
crepúsculo
e a tardinha abraçou a noite.
e a tardinha abraçou a noite.
Mas eis que rompeu a
manhã e,
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o quinto dia.
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o quinto dia.
terça-feira, 23 de agosto de 2016
ELE LEVOU SOBRE SI AS NOSSAS DORES
Uma das marcas do tempo em que
vivemos tem sido a dor em suas mais diversas manifestações física, emocional e
espiritual. São dores que carregamos ao longo de nossa história que nos tem
levado à tomada de decisões e à prática de ações que, por vezes, são
incoerentes com aquilo que somos e que cremos. Porém, por serem mais fortes que
nossa capacidade de as suportar e administrá-las, deixamos ser levados em suas
correntezas e quando nos damos conta, enfermamos e perdemos parte da capacidade
de viver plenamente o que Deus nos concedeu para viver: a própria essência do
ser, criado à imagem e semelhança do próprio Deus. Tais dores podem definir
nossos sonhos e a forma como enxergaremos o próprio mundo. Suas marcas podem
nos fazer ver as pessoas de forma distorcida e, consequentemente, reagirmos de
maneira inapropriada, porque não soubemos administrar cada dor e cada marca
deixada por esta dor em nosso ser.
A grande benção ofertada por Deus
Pai foi o fato de que Cristo assumiu cada dor com sua marca, ao voluntariamente
ir à Cruz do Calvário em nosso lugar. Mas, o grande desafio é acontecer a
entrega total, uma renúncia de nossa parte e de forma completa, dessa dor, com
o objetivo de permitir que o bálsamo de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo (Romanos 5.5) seja capaz de sanar essa dor e nos fazer enxergar de uma
forma diferente a própria vida. Por que é um desafio? – Porque, muitas vezes
preferimos viver o processo de vitimização, entendendo ser o melhor para nós
mesmos, por pretensamente acharmos que as pessoas continuarão a nos cercar com
o sentimento de piedade, de pena. A realidade, porém, nua e crua, é que seremos
abandonados na próxima esquina da vida, sem nenhuma perspectiva de mudança e de
poder viver plenamente a proposta de Deus para nossa existência humana, porque
cada um está preocupado com a sobrevivência em sua própria dor.
“Ele levou sobre si as nossas
dores”. OH! Que notícia mais sublime para cada um de nós. Não mais precisamos
carregar as dores do passado, com o peso com que elas nos marcaram, por que
Jesus Cristo deseja que as transfiramos para Ele, pois sozinhos não podemos
mais carregá-las. Ele deseja compartilhar nossas dores, e, por ser um Homem de
dores consegue nos entender de forma completa e dará sempre o alívio
necessário, no tempo oportuno à nossa humanidade. Por isso, coloque ao pé da
Cruz de Cristo todas as suas dores e permita que o seu bálsamo cure cada ferida
de sua alma, permitindo que a vida de Deus possa ser vivida por você para a Glória
do Deus Pai.
Do seu amigo e Pastor
Gerson de Assis Perruci
(Pastoral publicada no boletim da Igreja Batista das Alterosas/BH – 21/08/2016.)
Gerson de Assis Perruci
(Pastoral publicada no boletim da Igreja Batista das Alterosas/BH – 21/08/2016.)
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
NO PRINCÍPIO – O QUARTO DIA
E disse Deus:
haja luzeiros no firmamento.
haja luzeiros no firmamento.
E o que antes não era,
começou a ser:
os céus, distintos por seus luminares,
souberam distinguir o dia da noite,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
os céus, distintos por seus luminares,
souberam distinguir o dia da noite,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
Deus é criativo!
Tempos e estações,
inverno e verão, frio e calor,
o brando outono e a renovada primavera,
marés e monções, ventos e chuvas,
quarto-crescentes e minguantes, cheias e novas.
inverno e verão, frio e calor,
o brando outono e a renovada primavera,
marés e monções, ventos e chuvas,
quarto-crescentes e minguantes, cheias e novas.
Um lugar e tempo
próprio, marcado
para cada festival, cada reunião e festa sagrada.
para cada festival, cada reunião e festa sagrada.
Pois lá no firmamento
um grande luzeiro agora conduz o dia,
um outro regula a noite,
e as estrelas servem de séquito.
E assim permanecem demarcados: o fim da escuridão
e o novo alvorecer.
um outro regula a noite,
e as estrelas servem de séquito.
E assim permanecem demarcados: o fim da escuridão
e o novo alvorecer.
E Deus observou que
ficou bom!
Então começou o
crepúsculo
e a tardinha abraçou a noite.
e a tardinha abraçou a noite.
Mas eis que rompeu a
manhã e,
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o quarto dia.
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o quarto dia.
terça-feira, 16 de agosto de 2016
Terminologia Bíblica Sobre o Pecado
O conceito de pecado é inerente a
doutrina cristã. É aquilo que fazemos e
não deveríamos – ou o contrário, o que devia ser feito e não foi. Para entender melhor o que a Bíblia, nossa
única regra de fé aceitável, diz sobre esta mácula, apresento um quadro com a
relação das palavras e expressões que encontramos na Palavra de Deus para se
referir a este mal humano.
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
NO PRINCÍPIO – O TERCEIRO DIA
E disse Deus:
sejam ajuntadas as águas que estão debaixo dos céus.
sejam ajuntadas as águas que estão debaixo dos céus.
E o que antes não era,
começou a ser:
cada água foi para seu lugar,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
cada água foi para seu lugar,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
Deus é criativo!
Oceanos infindos, mares
e mares
... para que a terra seca apareça.
... para que a terra seca apareça.
Cada coisa em seu
lugar,
pois além de criativo,
também é organizado.
pois além de criativo,
também é organizado.
E Deus observou que
ficou bom!
E disse Deus:
que faça brotar do chão relva verde
e toda sorte de flora.
que faça brotar do chão relva verde
e toda sorte de flora.
E o que antes não era,
começou a ser:
a vida brotou novinha,
– a sequoia e a gramínea –
pois ele chama à existência coisas que não existem.
a vida brotou novinha,
– a sequoia e a gramínea –
pois ele chama à existência coisas que não existem.
Deus é criativo!
Com água, luz, terra, clorofila
e fotossíntese,
surge o grande milagre: A VIDA!
surge o grande milagre: A VIDA!
Exuberante
biodiversidade.
Cada verde com sua
flor,
cada flor com sua semente,
cada semente com sua fruta,
cada fruta com seu gosto,
cada gosto com sua cor.
cada flor com sua semente,
cada semente com sua fruta,
cada fruta com seu gosto,
cada gosto com sua cor.
E Deus observou que
ficou bom!
Então começou o
crepúsculo
e a tardinha abraçou a noite.
e a tardinha abraçou a noite.
Mas eis que rompeu a
manhã e,
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o terceiro dia.
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o terceiro dia.
terça-feira, 9 de agosto de 2016
MAQUIAVEL E A RELIGIÃO
Nicolau
Maquiavel nasceu em 1469 em Florença / Itália, de uma família rica da cidade e
que tinha aspirações de primazia de Florença sobre as demais cidades
italianas. Vivendo num mundo em
constantes e estrondosas transformações históricas e sociais – ele foi
contemporâneo da Reforma Protestante e
das grandes navegações europeias – foi educado no humanismo renascentista e viu
o ser humano tomar o primado do pensamento em lugar do Deus medieval que
dominava até então.
Sem
conseguir a notoriedade que almejava em vida – sua principal obra só foi
publicada postumamente – Maquiavel morreu aos 58 anos, doente e frustrado.
Quanto
à sua compreensão da religião, Maquiavel sabia que o aspecto religioso é uma
das marcas distintivas de um povo, e para se fazer uma análise política deste é
mister considerar-lhe o dado religioso.
Assim, ele permeou todos os seus comentários de observações sobre a vida
religiosa romana, não somente no período pagão como também depois da inserção
do cristianismo e a transformação deste em religião oficial com a consequente
aquisição do poder estatal pela Igreja.
No seu
texto Comentários sobre a Primeira Década
de Tito Lívio (1531), Maquiavel afirmou que a autoridade do príncipe não
lhe é suficiente para garantir a sua força e seu sucesso, então se faz
necessário recorrer à religião para que tal força e sucesso possam ser
conquistados e mantidos. Nas suas próprias
palavras:
Se a observância do culto divino é a fonte da grandeza
dos Estados, a sua negligência é a causa da ruína dos povos. Onde não exista o temor a Deus, o império
sucumbirá, a menos que seja sustentado pela fé de um príncipe capaz de se
apoiar na religião.
Em
relação à península italiana, Maquiavel entendia que dois momentos são
facilmente observáveis. No princípio, a
religião pagã surgiu como elemento de devoção para unir o povo. O sentimento de devoção gerou no povo um
espírito de respeito às instituições republicanas que fez dele um povo para as
grandes conquistas. Ele continua:
Mas quando os oráculos começaram a tomar partido dos
poderosos, e a fraude foi percebida, os homens se fizeram menos crédulos,
mostrando-se dispostos a contestar a ordem estabelecida.
Como é
importante manter a religião para a grandeza do reino – ou da republica – a
Itália foi-se arruinando à medida que o espírito religioso foi-se perdendo
devido ao estabelecimento da Igreja Católica Romana na vida pública. Seguindo Maquiavel, a Igreja Romana, nos seus
arredores, abafou a devoção piedosa do povo por optar pelo poder temporal, e
ainda mais, não tendo a Igreja o poder suficiente para unificar a Itália sob sua bandeira, também não deixou
que outros a fizessem, como aconteceu nos reinos da França e Espanha.
São do
próprio Maquiavel as palavras:
É, portanto, à Igreja e aos sacerdotes que os
italianos devem estar vivendo sem religião e sem moral; e lhes devemos uma
obrigação ainda maior, que é fonte de nossa ruína: a Igreja tem promovido
incessantemente a divisão neste malfadado pais – e ainda o promove.
Diante
deste quadro, Maquiavel propôs que para uma religião ou um Estado ter vida
longa é necessário se renovar muitas vezes.
Foi a falta desta renovação que causou o enfraquecimento do Império
Romano, devido a influência de um igreja centrada em si mesma e adversa a
mudanças e renovações.
E não
considerando o movimento da Reforma Protestante, Maquiavel preferiu tomar como
exemplo dois santos católicos como referências destas mudanças que fariam
revigorar a Igreja dando-lhe vida nova e garantindo-lhe a existência e respeito
do povo:
Se São Francisco e São Domêncio não tivessem
relembrado o espírito com que foi fundada, estaria hoje inteiramente
extinta. Retomando à pobreza e
revigorando o exemplo de Cristo, despertaram o espírito cristão dos homens,
salvando-os quando já expiravam. E as
novas regras que instituíram mereceram tal crédito que a corrupção dos prelados
e dos chefes religiosos não conseguiu arruiná-las.
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
NO PRINCÍPIO – O SEGUNDO DIA
E disse Deus:
haja firmamento.
haja firmamento.
E o que antes não era,
começou a ser:
o firmamento passou a estar,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
o firmamento passou a estar,
pois ele chama à existência coisas que não existem.
Deus é criativo!
Como um metal que vai
se espalhando pelo batido do martelo,
como uma forja que do malho configura,
o azul de cima e o verde de baixo
começaram a encontrar seus próprios lugares –
águas e águas.
como uma forja que do malho configura,
o azul de cima e o verde de baixo
começaram a encontrar seus próprios lugares –
águas e águas.
Assim Deus foi fazendo
a abóbada que me cobre:
anil e firme.
Como uma proteção que sustenta a eternidade
e recobre a humanidade.
anil e firme.
Como uma proteção que sustenta a eternidade
e recobre a humanidade.
E assim é.
E assim o céu enche meus olhos.
E assim o céu enche meus olhos.
Então começou o
crepúsculo
e a tardinha abraçou a noite.
e a tardinha abraçou a noite.
Mas eis que rompeu a
manhã e,
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o segundo dia.
como um sacrifício
de culto eterno, aconteceu
o segundo dia.
terça-feira, 2 de agosto de 2016
QUANTO AO ESPÍRITO ENGANADOR
Recebi
um e-mail com a seguinte pergunta:
(...) quanto ao texto de 1Rs 22:21. Quem fez
os profetas mentirem para Acabe? Foi "um" espírito ou foi
"o" espírito?
Eis a
resposta que lhe enviei:
Oi
querido,
Li com
cuidado o texto de 1Rs 22:21 e andei observando alguns comentários. Realmente este é daqueles textos que exigem
uma certa dose de arquitetura teológica para tratá-lo sem simplesmente
descartar.
Vejamos
algumas coisas: em hebraico a expressão está com artigo (הרוח – hrwh), o que dá a entender que o autor
do texto tinha, pelo menos, uma noção clara de que espírito estava falando.
Todo o
contexto relata a visão do profeta Micaías.
Nela (na visão) há a cena de um conselho – ou tribunal – que ocorrera
diante do trono de Deus (veja os versos 19 e 20 antes). Alguns bons comentadores então associam esta
cena à de Jó 1:6. Se for o caso, então
temos a memória textual de um relato pré-exílico quando se cria em Israel que o
acusador (em hebraico: שטן – stn) comparecia à
sala divina e ele então executaria desígnios estabelecidos. É bom lembrar que neste período existe a
crença de que tudo (bem e mal) provém de Deus indistintamente!
Deixe-me
fazer duas citações do "Comentário Bíblico Africano" – no geral, um
bom comentário: "É provável, contudo, que o profeta tenha falado com um
tom de sarcasmo, pois Acabe percebeu que esta não era a mensagem
verdadeira". Por outro lado,
concordando com a visão do tribunal pré-exílico: "Ao que parece, devemos
ver todos os elementos da criação como instrumentos de Deus, usados para fazer
o que é necessário".
Outro
detalhe que não pode ser esquecido, é que mesmo no judaísmo tardio, quando o
texto de Reis foi compilado, a ideia de "o" Espírito como Pessoa
Trinitária ainda é inexistente. Seus
primeiros traços só aparecerão com a interpretação cristológica de João já no
NT.
Seja
qual for o caso, como disse, requer alguma dose de arquitetura teológica! Esta interpretação condiz com a compreensão
da Revelação progressiva (e sua consequente Teologia) e livra os profetas
modernos do "mico" de ter de mentir (não tenho também como
desconsiderar 2Pe 1:20-21!).
Um
abraço.
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