terça-feira, 15 de março de 2016

ARACAJU – anotações históricas

No próximo dia 17 de março a minha querida Aracaju estará completando 161 anos de criação – já está até parecendo cidade grande!!!
Em referência a esta data, eu peço licença para reproduzir aqui uma citação da Profª Ester Fraga Vilas-Bôas do Nascimento que encontrei no livro: "Fontes para a História do Poder Legislativo da Cidade de Aracaju" publicado em 2010.

A criação do encapelado de Santo Antônio do Aracaju data de outubro de 1778, quando o padre Luís de Brito Soares recebeu a sua administração.  Ali se estabeleceu  o povoado de Santo Antônio.  O povoado é algo distinto da cidade que Inácio Barbosa fundaria em 1855.  Só posteriormente foi incorporado à malha urbana da nova capital. 
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A cidade de Aracaju nasceu formalmente no dia 17 de março de 1855.  Foi criada já como município, para ser a capital da Província de Sergipe.  O presidente da Província, Inácio Barbosa, escolheu uma área na margem direita do rio Sergipe, e perto da sua foz.  Uma praia ao sul do antigo povoado Santo Antônio do Aracaju, que ficava no alto da colina do atual bairro Santo Antônio. 
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Em toda a região que circundava as duas olarias, e que era conhecida como Massaranduba e Tramandaí, existiam engenhos, sítios, lavouras, criatórios, salinas, casas de telha, casas de palha e escolas.  Dentre as principais sitos e núcleos de moradores que existiam vale citar Getimana, Saco, Porto, Pedras, Pau Grande, Bugiu, Melo, Manteiga, Vilanova, Miramar, Boca do Rio, Barreta, Borborema, Aroeiras, Chica Chaves, Tramandaí, Luzia, Grageru e Mané Preto.  Nessas terras, até então pertencentes a Freguesia de Nossa Senhora do Socorro da Cotinguiba, se produzia mandioca, cana, arroz, milho, feijão, sal e coco.  Existiam olarias, fábricas de cal e oficinas de ferreiros.  Em 1855, mesmo antes da mudança da capital, nas terras onde se estabeleceu a capital da Província já funcionavam uma alfândega e uma agência dos correios.
(...)
A cidade que Inácio Barbosa fundou, cresceu.  E com ela os horizontes e utensilagens mentais dos seus habitantes.  As pessoas, os fatos, as instituições os lugares, enfim, a criação humana na cidade, nos mostram que o espaço urbano é o espaço dos olhares.  Tudo está contido num emaranhado de ruas, praças, igrejas, edifícios, a movimentação das pessoas, um mundo de muitas tarefas.  Tarefas assumidas anonimamente por todos e por cada um no contexto dos objetos, das cores, das luzes e das formas da cidade.  Espaço que se antagoniza ao do campo, ao da vida rural, de ritmo lento e modorrento.  Visão na qual estão calcadas as construções interpretativas da cidade feitas por memorialistas, poetas, romancistas, sociólogos, urbanistas, economistas, historiadores e também pelas decisões das autoridades legislativas, executivas e judiciárias.

(A imagem lá em cima é um dos primeiros registros fotográficos da Primeira Igreja Batista de Aracaju, como sua membresia em frente ao templo em 1921)

4 comentários:

  1. Muito interessante!!!
    Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.
    Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.
    2 Pedro 3:13,14
    http://ahoraechegada.blogspot.com.br/

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    1. Boa citação. Esta é a esperança que nos mantém firmes enquanto vivemos e trabalhamos neste tempo.
      Lembro ainda de outro texto: "Procurai a paz da cidade... e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz". Jr 29:7
      Abs

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  2. Coincidência: acabei de ler "Teresa Batista Cansada de Guerra", de Jorge Amado, que retrata primorosamente a região.
    Abração aqui de Lisboa

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    1. O Jorge Amado é um excelente autor nordestino, tendo inclusive conhecido conhecido e vivido aqui em Estância. Ele soube como poucos descrever esta nossa terrinha. É orgulho do nosso povo e de nossa arte.
      Abração.

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