sexta-feira, 29 de novembro de 2013

ONDE ESTÁ JESUS?

Jesus Cristo está presente em vários e diferentes momentos e lugares de nossa cultura.  Nestas terras, pelo menos um pouco todos conhecem de quem foi Jesus e do que ele fez.  Com mais ou menos propriedade e acertos sempre ouço o nome de Jesus; sempre se pode ver de edificações de igrejas a exposições de crucifixos.  Mas eu questionaria: onde estaria o Verdadeiro Jesus Cristo na vida dos brasileiros?  Com base nos relatos bíblicos, deixe-me apresentar três possíveis respostas.
Ap 3:32 cita a igreja de Laodicéia como sendo uma igreja cristã, mas na qual Jesus estava do lado de fora querendo entrar.  A primeira resposta que encontro é que em muitas situações, Jesus está fora; é um estranho; não tem participação na vida dos brasileiros.  Podem até usar o título de cristãos; mas na realidade o próprio Cristo não compartilha com eles da ceia!
Da história dos discípulos que saíam de Jerusalém na tarde da ressurreição (Lc 24:13-35) encontro uma segunda resposta.  Eles caminharam por alguns quilômetros conversando com o Mestre mas não o reconheceram.  Assim é com alguns.  Jesus está bem do lado; eles até algumas vezes sentem o coração queimando pela proximidade, contudo não são capazes de reconhecê-lo e com isso desfrutar toda bênção e glória da companhia divina.  Cristo permanece na periferia da vida!
Mas o lugar onde Jesus quer estar em nossas vidas é bem dentro do nosso coração.  Quando ressuscitou, Jesus se aproximou dos discípulos e soprou neles o Espírito (Jo 20:21) simbolizando que dali em diante Jesus estaria sempre dentro daqueles que o seguissem – lembra-se da promessa na ascensão: estarei convosco (Mt 28:20).  O próprio Jesus foi bem enfático quando afirmou que o lugar de se encontrar o seu Reino seria dentro de cada seguidor (Lc 17:21).  O único lugar onde realmente faz toda diferença é dentro do nosso coração e de nossa vida – bem no centro!
Querido, se Jesus está em outro lugar qualquer que não seja o seu coração, convide-o a entrar ainda hoje.  E tenha certeza que se cumprirá a sua palavra: Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão (Jo 10:28).

(Publicado pela primeira vez no sítio http://ibsolnascente.blogspot.com em 26/11/2010.  Lá em cima é a reprodução de um detalhe da Capela Sistina pintada por Michellangelo em Roma)

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Cinco conselhos bíblicos sobre a LÍNGUA

A palavra – a língua – de que dispomos pode ser uma bênção ou uma maldição, só depende de como a usamos e do quanto estamos dispostos a controlá-la.  Daí que devemos atentar para como aplicar em nossa vida cotidiana a leitura que fazemos dos conselhos sagrados.
a) Compreenda que a língua é um poderoso instrumento que Deus colocou a sua disposição e sob seus cuidados, administre-a com o coração quebrantado diante de Deus (veja Lc 6:45).
b) Jamais considere qualquer palavra como sem importância ou despretensiosa.  Lembre-se de que tudo o que você diz traz consequências.  Mantenha-se vigilante (veja a instrução de Cristo em Mt 26:41)
c) Faça sempre escolhas conscientes e responsáveis no uso de suas palavras.  É também importante saber que Deus pedirá conta (Ec 11:9 deve ser incluído como um alerta também aqui).
d) Tenha como prioridade absoluta produzir e transmitir vida, carinho e edificação com as suas palavras.  E não se permita o contrário (considere Pv 15:4).
e) É fundamental que sempre dependa do Espírito para controlar e usar adequadamente sua língua.  É ele quem coloca as palavras em nossa boca (leia Jo 14:26 nesta intenção).

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

SÚPLICA CEARENSE

Todo nordestino que se preze sabe que ninguém representou melhor a nossa gente e a nossa cultura como o pernambucano Luiz Gonzaga (1912 – 1989).  Com a sua música – a nossa música – seus trajes, causos e tradições o filho de Januário expressou o jeito e a alma deste povo de cá para os de lá como jamais alguém havia feito.
Desde a seu primeiro instrumental: Vira e mexe – um chamego gravado em 1941 ainda em 78 RPM; passando por sua mais famosa música: Asa Branca – feita em parceira com Humberto Teixeira; até as últimas gravações já em 1989, ele tocou e cantou o Nordeste brasileiro.  Foi inigualável.  Sem dúvida, o Rei do Baião.
Em forró, xote, baião, xaxado e tal, ele falou das alegrias, tristezas, esperanças, paixões, fraquezas e forças das terras nordestinas.  Se você quiser exemplos, eles não faltam.  Sugiro ouvir Xote das Meninas, Pense n'eu, Forró de Cabo a Rabo, Respeita Januário, A Triste Partida e por aí vai.  É tanta música boa que fica até difícil falar delas!
Mas o que me chama a atenção de verdade foi a sua capacidade expressar a fé desse nosso povo, pois é disso que eu entendo.  E por vezes é no Véio Lua que eu encontro a sinceridade singela da crença sertaneja.  É uma fé e religiosidade nem sempre clara e desenvolvida, de teologia troncha, com desvios bíblicos acentuados, mas, na maioria das vezes, piedosa e reverente.
Assim é que destaco a Súplica Cearense (gravada originalmente em 1979, mas já hoje com várias versões).  Gosto dela até por Luiz Gonzaga ser apenas o seu intérprete (é de autoria de Gordurinha e Nelinho).  Afinal foi isso que ele sempre foi: nosso intérprete!
O Nordeste estava vivendo uma incomum inundação.  As chuvas concentradas transformaram o semi-árido.  Depois de tanto sofrer com a falta de água, agora era o seu excesso que atormentava.  Então a prece mudou.  Oração verdadeira tem que ter cheiro de terra para tocar o céu.

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o Senhor se zangou
E só por isso o sol se arretirou
Fazendo cair toda chuva que há

E a súplica continuou confessando a mágoa no coração nordestino pelo sol cruel e a necessidade de aprender a orar.  Confissão e súplica sempre andam juntas.

Meu Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe,
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar

É quase um choro.  Os olhos mareados.  A alma ressecada.  Sinceridade, humildade e piedade mesmo que de doutrina rala.  E eu acho que tocou o coração de Deus, como sempre ainda toca o meu.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

COMO LER A BÍBLIA?

Há diversas formas de se olhar para o texto bíblico.  Por ser um Livro com milhares de anos de existência e que traz em seu conteúdo verdades de fé, é possível lê-lo de várias maneiras.  É claro que estas aqui apresentadas não são as únicas, mas procuramos apresentá-las de maneira complementar – uma não exclui a outra – e todas elas podem se mostrar válidas aos seus objetivos.
=> Leitura Literária – Faça da leitura um hobbie.
=> Leitura Histórica – Compare os fatos bíblicos com a História Geral.
=> Leitura Devocional – Procure se concentrar nas verdades reveladas; acima de tudo, são estas verdades que Deus quer lhe falar.
=> Leitura Técnico-pastoral – Lembre-se sempre que a Palavra de Deus é soberana, assim tenha uma atitude humilde de buscar somente o que o próprio texto diz e nunca levar convicções pessoais ao texto.
=> Leitura Crítica – É fundamental neste nível de leitura que não se despreze nenhum recurso disponível na obtenção da verdade e dos argumentos originais.
=> Leitura Apologética – Sendo este o caso, é importante conhecer os conceitos e doutrinas do oponente para que se busque textos que afirmem diretamente as verdades doutrinárias que se deseja enfatizar.

Seja qual for seu objetivo ou motivo, leia sempre a Bíblia.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Cinco conselhos bíblicos sobre o TRABALHO



Certamente a Bíblia é um excelente manual de conduta para toda mulher e todo homem que queira se portar de acordo com o projeto de Deus.  E em relação ao trabalho não é diferente.  Aplicar suas lições em nossas vidas, com certeza é uma garantia de que não somente estaremos vivendo de acordo com nosso Senhor, como também de que todo nosso trabalho e esforço alcançarão seus objetivos e trarão a recompensa devida. 
Vejamos de modo bem prático tais recomendações:
a) Encare seu trabalho como algo que pode ser uma bênção para você, sua família e para todos os que o cercam, se exercido sob os ditames da lei divina.
b) Tenha como meta e padrão o estar ocupado trabalhando e nunca faça do ócio e da preguiça seu estilo de vida (veja o conselho de Pv 6:6).
c) Reavalie e reconsidere suas motivações ao trabalho, suas metodologias, sua organização de trabalho e seus objetivos (veja o alerta de Is 55:2).
d) Não despreze o trabalho secular como algo que não é da preocupação evangélica.  Lembre-se de que todo nosso trabalho tem que ser encarado como algo feito para o próprio Senhor (é o que diz Ef 6:7).
e) E principalmente, espere no Senhor – e somente nele – a recompensa honrada pelo seu esforço (traga sempre na lembrança a poesia do Sl 127:1-2).

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

UM DESEJO NO CORAÇÃO DE DEUS

O último encontro formal de Jesus com seus discípulos se deu poucas horas antes de ele ser traído e preso.  O encontro aconteceu num amplo cenáculo mobiliado onde todos comeram juntos a refeição pascoal e Jesus, a partir dos elementos ali presentes, estabeleceu novos significados a serem recordados.
Lucas registra que logo no início Jesus teria confessado aos seus discípulos: Desejei ansiosamente comer com vocês antes de sofrer (Lc 22:15).  Aquela celebração de Ceia era enfim a concretização de um desejo profundo que nascera no coração de Deus e agora se realizava no seu Filho.  Era parte do plano eterno divino que se tornava história.
Mas em que consistia este desejo no coração de Deus?  As próprias palavras de Jesus nos apresentam pelo menos três respostas.  Primeiro: a refeição em comum de Jesus com seus discípulos era a celebração da inauguração do Reino de Deus.  O Senhor preparou o Reino desde a fundação dos tempos e agora estava abrindo as portas para a entrada dos seus (Mt. 25:34).
Segundo: Jesus estava preste a entregar o seu próprio corpo em resgate da humanidade.  Era a prova definitiva do amor de Deus pelas suas criaturas e os discípulos deveriam a partir daí relembrar este ato de doação amorosa (Rm 5:8).
Terceiro: aquele momento solene marcava o estabelecimento da uma nova aliança entre Deus e os homens.  A primeira cumprira o seu papel histórico e uma nova estava se iniciando a partir do sangue do Cordeiro eterno.  Fazia-se imperioso celebrar este novo pacto (Hb 12:22-24).
Ainda hoje a igreja de Cristo celebra junto a refeição em comum continuando a vivência dos primeiros apóstolos.  Sempre que o fizermos, devemos fazê-lo na dimensão do desejo do coração de Deus.  Pois para isto somos chamados.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

ALGUMAS MELODIAS

Ainda esta semana, antes de dar o horário de desligar o computador, aproveitei para ouvir algumas peças de música clássica (ou erudita – estas definições técnicas deixo para os experts, o que eu não sou!).  Escolhi a princípio de forma aleatória alguns títulos e me deixei levar pela melodia.  Aos poucos me vi direcionado a apreciar árias entre outras peças.
Como disse, não sou especialista em música. Então apenas quero compartilhar algumas impressões sobre o que estava ouvindo – e acrescento aqui algumas informações colhidas na própria internet sobre as peças.  Mas, em todo o caso, se ainda assim você achar que são chatos tais detalhes, esqueça-os e aceite apenas minha sugestão: pare também um pouco e apenas ouça, sem qualquer tese pré-concebida e veja o que a música pode fazer com seu espírito e com suas ideias.
E por que árias?  Aos ouvidos de um leigo como o meu, elas me parecem melodias mais simples, sem perder a capacidade de tocar a alma (eita redundância gostosa!).  Veja estas obras que listei. 
Começo com o Arioso do inigualável J.S. Bach.  O título, que significa "como uma ária", foi dado mais tarde para a peça composta originalmente para solo de cello e que servia como introdução instrumental a "Paixão Segundo São Mateus".  É uma música suave e gostosa de ouvir.  Realmente uma boa introdução.
Ainda de Bach, gosto muito da Ária na 4ª corda.   Tocada ao violino, dizem os especialistas que é um desafio ao instrumentista, mas para mim: simplesmente sublime e mais parece uma oração instrumental.
Outra ária sublime é a Meditação para Taïs do francês Jules Massenet.  É a peça que na ópera homônima executa-se no intervalo do segundo ato.  Não conheço a ópera toda, mas a ária é fenomenal.  Seus agudos e suaves (chamam de pianíssimos) parecem querer sussurrar em nossos tímpanos um convite a uma terapia da alma e desintoxicação dos ouvidos.  Dizer que beira à perfeição não seria exagero.
Mais duas peças de Bach: o Prelúdio nº 1 em dó maior – que ficou famoso pela releitura como Ave Maria de Gounod – e a Suíte nº 1 para viola que parece brincar com as notas enquanto é tocada.
Não posso me esquecer da Bachiana nº 5, uma indispensável citação do brasileiro Heitor Villa-Lobos, que é um solo vocal magnífico.
Outras obras: o Concerto para violino nº 3 em sol de Mozart – mais alegre; a Primavera, das quatro estações de Vivaldi – vibrante; o Concerto para violino em mi menor de Tchaikovsky – exige um ouvido mais técnico; ou o Mendelssohn – suave e gostoso, e também a Sonata nº 6 de Paganini – para se ouvir sem compromisso.  E por aí vai...
Está bom, por hora.  Já é uma boa relação de obras.  Fica a sugestão, como disse lá em cima: ouça e perceba o que a música pode fazer com seu espírito e com suas ideias.

Em tempo: a redação primeiramente terminaria no parágrafo anterior, mas como não sou músico na acepção plena da palavra (já disse lá em cima!), resolvi mostrá-la ao Emerson Melo, que não só é um verdadeiro irmão de fé como também um músico de primeira (esse sim, profissional da Orquestra Sinfônica de Sergipe), e lhe pedi sugestões, para não publicar besteiras.  Ele, de bom grado, leu e sugeriu trocar o título e então aí está, já com novo título.  Obrigado, meu irmão, e boa música.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ANDA NA MINHA PRESENÇA

Não costumo pautar o que trago à reflexão pelo que leio nos blogs ou pela última “bomba” da mídia, acontece que o tema da ética está tão misturado com a vivência cristã e com o que Deus espera de cada um de nós que resolvi trazer, à luz da Bíblia, algo sobre o assunto.
Sabemos que o termo ética não está nas páginas sagradas, embora o conceito esteja! E será a partir de uma instrução divina ao patriarca Abraão que pautarei esta reflexão.
O texto diz que o Senhor apareceu novamente a Abraão quando ele tinha 99 anos, refez as promessas e a aliança, mudou-lhe o nome e estabeleceu critérios: “Ande comigo e seja correto” (tradução livre a partir de Gn 17:1).  Observo logo que esta ordem está em perfeita conformidade com a instrução paulina que diz: “vede diligentemente como andai” (Ef 5:15 na versão mais tradicional).
É claro que andar em ambos os textos tem a ver não com a sequência de troca de passos ao caminhar e nem responde ao cumprimento corriqueiro de como tenho andado.  Ele responde ao modo de viver e a conduta exigida do cristão no seu dia a dia.  E é esta resposta que vou buscar a partir das próprias indicações apostólicas, em três versos:
1.  Ef 5:2 – vivam em amor.  Tudo começa com o amor que é o vínculo da perfeição (ligo a Cl 3:14).  A minha conduta cristã tem que ser pautada no amor pois se tenho tal padrão de comportamento estou me assemelhando ao próprio Deus.
2.  Cl 4:5 – sejam sábios no procedimento.  A sabedoria de Deus deve nortear meu modo de proceder, com inteligência, perspicácia e prudência.  E se esta me faltar, devo buscá-la no próprio Deus (a indicação é de Tg 1:5).
3.  Gl 5:16 – vivam pelo Espírito.  A última indicação que citarei é o coroamento do nosso modo de agir.  A minha maneira de ser e de viver tem que ser exatamente moldada pela maneira de ser e viver do Espírito Santo de que habita em mim (ainda Paulo em 1Co 3:16).
Para finalizar quero lembrar Enoque.  Não há muitos detalhes sobre sua vida, mas nada poderia ser acrescentado sobre o que é dito: “Enoque andou com Deus 300 anos...  e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado” (Gn 5:22-23).  Que andemos assim.

(Publicado originalmente no sítio ibsolnascente.blogspot.com em 21/08/2009 e aqui reproduzido com pequenas adaptações)