terça-feira, 12 de junho de 2012

Disciplina cristã V – COMUNHÃO


A disciplina cristã da comunhão, embora deva ser desenvolvida a partir de uma disposição interior inabalável de seguir as determinações do nosso Mestre, como o próprio tema já sugere, tem que ser vivenciada entre os irmãos de fé, no meio da igreja.  A comunhão dos santos (um bom conceito para descrever a igreja!) é o resultado da soma dos esforços pessoais de cada crente que se aplicam para manter unido o povo de Deus, tendo o mesmo objetivo e submissos ao mesmo Senhor.
Para aprofundarmos nosso estudo sobre esta disciplina espiritual é preciso realçar pelo menos três verdades, as quais devem estar gravadas na vida e coração de cada fiel cristão para que, só então, a comunhão venha se tornar uma realidade na experiência da igreja.
Em primeiro lugar, a igreja primitiva tinha uma convicção certa de quem exercia o senhorio sobre ela: Jesus Cristo.  Sendo Jesus o Senhor de tudo – aquele que tudo possui (Sl 24:1) e tem todo o controle (Lc 12:6-7) – então tudo o que resta é nos submeter à sua vontade.  Ninguém é dono de nada, nenhum cristão, por mais fiel que seja.  E se tudo pertence ao Senhor então devo colocar tudo à sua disposição a fim de que ele use para o desenvolvimento da comunhão do corpo de Cristo. 
Escrevendo à Igreja em Filipo, o apóstolo Paulo exorta: nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmo (Fl 2:3).  Este é um excelente método para que a disciplina da comunhão seja gerada em nosso interior e daí flua para a igreja; esta é a segunda verdade: ter um conceito humilde em relação ao meu irmão, considerando-o como digno de maior relevância em relação a mim mesmo.
E ainda, uma terceira verdade: a única relação de dívida a ser considerada no trato com meus irmãos é o amor fraternal – ou recíproco: Não devam nada a ninguém, a não ser o amor uns pelos outros, pois aquele que ama seu próximo tem cumprido a Lei (Rm 13:8).  Nossa base de relacionamento tem que ser alicerçada num entranhável afeto que transborde para a vida comunitária (veja Fl 2:1-4).
Só um dado estatístico para ilustrar a força do conceito desta disciplina nas páginas do NT: a expressão uns aos outros indicando a necessidade de haver reciprocidade nas relações cristãs aparece 54 vezes no Novo Testamento.

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