terça-feira, 30 de agosto de 2011

AGOSTO


Penso que já comentei alguma vez sobre o ano que parece só durar até agosto.  Depois daí vêm as seguidas festividades de fim de ano, com suas intermináveis correrias, e quando nos damos em conta o ano já acabou!  Com isto em mente, quero propor uma reflexão sobre o que ainda é possível fazer nesta metade de ano que nos resta (pelo menos é o que diz o calendário).
No episódio da ressurreição, o anjo diz às mulheres sobre Jesus na porta do sepulcro vazio: "vão depressa e digam aos discípulos dele: Ele ressuscitou dentre os mortos..." (confira em Mt 28:7).  Lendo assim, eu entendo que no projeto de Deus havia pressa em anunciar a todos que a vitória de Cristo sobre a morte é uma realidade.  Começando pelos seguidores mais próximos, todos deveriam saber que Ele ressuscitou.
E eu hoje, que tenho com isso?  Indo direto ao ponto: se tenho experiência e consciência desta ressurreição como uma realidade história e existencial, então devo também ter o mesmo senso de urgência e pressa em seu anúncio.  Acrescente-se a isso a sensação que este tempo me provoca de os dias estarem passando mais depressa, então devo encarar com imprescindível agilidade o anúncio da vida que vence a morte em Jesus Cristo.  Ou seja, como cristão, esta tem que ser a minha prioridade.
Por outro lado, é importante ressaltar que a pressa no anúncio não é uma corrida tresloucada.  Como nordestino eu diria: não pode ser um aperreio desembestado.  Se Jesus tinha pressa em fazer conhecida sua ressurreição, ele também tinha estratégias.  A comissão de ir contar o testemunho foi precedida pela instrução de esperar o momento apropriado para então partir com poder e determinação (como eu leio em At 1:4).
Novamente pergunto: e eu hoje, que tenho com isso?  Novamente indo direto ao ponto: como cristão devo compreender que Deus tem sua própria agenda e a cumpre fielmente.  E também que é em torno da agenda divina que o mundo e a vida giram, não da minha agenda pessoal ou eclesiástica, nem são minhas prioridades que determinam a ordem dos acontecimentos das coisas.
É aqui que volto ao mês de agosto.  Quando a minha vida se torna um turbilhão de itens na agenda e a pressa parece que vai me engolir; quando a vida me sufoca com uma sucessão de eventos, e todos urgentes e indispensáveis – e este mês precipita tal sensação – é preciso aprender a difícil arte da pressa paciente, a urgência confiante nos desígnios divinos, para que eu possa anunciar com ousadia e certeza que Cristo ressuscitou e que isso é realmente importante e prioritário em minha vida.
Verdadeiramente Deus tem pressa, mas também tem agenda.  Que eu possa fazer a partir de agosto não uma corrida para o próximo ano, mas um tempo de buscar o plano do ressuscitado para a minha vida e agenda, minha igreja e seu programa, e continuar me colocando ao dispor da urgência que esta missão me desafia.

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